Decorreram no domingo, na Atalaia e na Asseiceira, as comemorações dos 500 anos do Foral Novo de D. Manuel, concedido conjuntamente a estas duas localidades, que à época eram ambas vilas e sedes de concelho.
Com o tempo a ajudar, as festividades tiveram o brilho que se esperava de uma efeméride tão especial, em que se destacou a presença massiva da população da freguesia de Asseiceira, que recriou de forma empenhada um mercado quinhentista, num dia marcado por actuações de música, dança, teatro e artes de rua, todas de grande qualidade.
As cerimónias começaram na Atalaia, onde o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, um estudioso da História local, proferiu uma conferência sobre as origens dos dois antigos concelhos, enquanto o investigador Adriano Milho Cordeiro abordou e explicou o que eram os forais e a sua importância na vida da época.
Na Asseiceira, os diversos autarcas convidados foram recebidos pelo presidente da Junta, por volta das 13 horas. Nos discursos oficiais, Carlos Rodrigues, Fernando Freire e Anabela Freitas foram unânimes em reconhecer, para além do testemunho da antiguidade daqueles locais, a importância desta celebração conjunta que uniu as duas freguesias vizinhas e os respectivos Municípios, algo que, frisou a presidente da Câmara de Tomar, é o caminho certo para o desenvolvimento futuro de toda a região.
A selar essa mesma união, os quatro autarcas, incluindo Manuel Honório, presidente da Junta da Atalaia, descerraram em conjunto a lápide que ficou a assinalar este dia junto à escadaria da igreja matriz de Asseiceira.
Começou então a parte mais festiva das comemorações. Entre três dezenas de bancas, parte delas dinamizadas por associações da freguesia, artífices que trabalhavam ao vivo, alguns cavaleiros, muitas crianças que corriam e brincavam vestidas com trajes quinhentistas, como acontecia também com muitos adultos, a festa fez-se ao som de tambores e gaitas de foles, com os sabores do porco assado no espeto regado com vinho aromatizado pelo barro das talhas.
Entre improvisos, artes de rua, cuspidores de fogo ou combates apeados, quatro espectáculos marcaram a tarde com a sua qualidade: a irreverente recriação da leitura do foral pela Oficina de Teatro Canto Firme, as danças quinhentistas do Rancho Folclórico As Lavadeiras de Asseiceira, o arrojado concerto de percussão protagonizado por alunos da Canto Firme e, para terminar com a devida solenidade, o concerto do coro Audite Nova que ecoou angelicalmente pelos vetustos azulejos da igreja matriz.